7 de julho de 2010

Agentes comunitários de saúde fazem um trabalho de prevenção em Nova Friburgo

Agentes comunitários de saúde fazem um trabalho de prevenção, conscientização e amor à comunidade.
As competências dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), segundo a Secretaria de Gestão do Trabalho são, o profissional responsável por realizar atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde, por meio de ações educativas nos domicílios e coletividades, em conformidade com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), estendendo o acesso da população às ações e aos serviços de informação e promoção social e de proteção da cidadania. No entanto, na prática, a profissão envolve muito mais que isso.
“Muita gente não vai às consultas médicas como deveria. O paciente não pode apenas tomar o remédio que o médico receitou e achar que está curado. Ele deve retornar para ver se realmente já está tudo certo, e isso muitas vezes não ocorre. Nós fazemos, então, um trabalho de acompanhamento, monitoramento e, principalmente, conscientização da população”, explica a agente Cleia de Fátima Araújo Aguiar, que trabalha atualmente na Unidade de Saúde Olaria III, no chamado Amarelinho.
A colega de profissão, Rita Ramalho, informa que através da atuação dos agentes o Ministério da Saúde toma conhecimentos dos dados de cada município. De acordo com ela, a cada visita realizada o profissional cria uma relação de carinho e amizade com a comunidade. “Somos o primeiro mediador entre eles e a unidade de saúde. Às vezes, as pessoas não precisam apenas de um remédio, e sim de atenção, de uma conversa. Temos que ter sensibilidade e uma visão geral do que está acontecendo nos lares que visitamos”, diz.
Segundo Rita, uma série de fatores influencia no estado de saúde de um indivíduo. “Muitas vezes a pessoa está doente apenas psicologicamente e acaba procurando um tratamento inadequado. A nossa função é detectar a necessidade de cada um e encaminhá-lo para o acompanhamento médico correto. Lidamos com todo tipo de gente, como adolescentes, crianças, idosos e mulheres vítimas de violência doméstica”, explica a agente, que trabalhou durante três anos no Centro de Referência da Mulher e quis se tornar uma agente por gostar de estar em contato direto com as pessoas. Ela coordena atualmente o Mutirão da Saúde, que visita diversos bairros do município, oferecendo serviços gratuitos aos moradores, como orientação jurídica, oficinas, cortes de cabelos, atendimento odontológico, palestras educativas e aferição de pressão arterial.
Apesar de todos os esforços para que o serviço prestado junto à comunidade seja satisfatório, as agentes reconhecem que o trabalho seria mais abrangente caso o posto contasse com a presença de outros profissionais. “Gostaríamos muito que as unidades tivessem uma assistente social para dar suporte a nossa atuação. E não digo nem diariamente, se fosse uma vez por semana já seria válido. Além disso, se tivéssemos um nutricionista, um dentista e um psicólogo, também seria extremamente importante”, acredita Cleia. Outra luta da categoria é pela regulamentação do piso salarial nacional.

Comunidade satisfeita com atuação dos ACS
A comunidade do Alto de Olaria abraçou, literalmente, as agentes do Amarelinho. Em visita pelas ruas do bairro se percebe rapidamente os inúmeros gestos de carinho dos moradores para com as profissionais. “O atendimento é nota 10. Quem reclama delas é porque nasceu para reclamar”, atesta o comerciante João Sérgio Schuenck. O aposentado Braulides Schumacker também elogia as agentes, mas não esquece de mencionar um problema do posto. “Elas trabalham muito bem, com muito carinho. Todas as vezes fui muito bem atendido, só falta colocarem um médico, já que hoje não tem”, pontua.
Outro que demonstra grande satisfação é o também aposentado Jair Schumacker, que recentemente passou por uma série de operações e vem demonstrando excelente recuperação. “Elas são como uma mãe, um braço direito nosso. A presença delas é muito importante aqui na comunidade. Não importa o que for, se virem que estamos precisando de algo, elas correm atrás”, afirma Jair, para emoção de Rita Ramalho. Ele ainda diz que, no seu caso, a visita domiciliar deixou de ser mensal. “De dois em dois dias ela vinha ver como eu estava. Até mesmo no hospital ela foi me visitar quando eu estava internado”, ressalta.
Dedicação, respeito, carinho e responsabilidade. Estes são alguns dos adjetivos que servem para descrever a atuação desses profissionais, que a cada dia superam inúmeras adversidades e oferecem à comunidade um trabalho sério, consciente e, acima de tudo, com muito amor.

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