27 de julho de 2010

Passar trote para polícia ou bombeiros agora vai dar multa.

Pelo menos 30% dos chamados são falsos. Punição servirá para cobrir gastos com deslocamentos desnecessário.


O governador Sérgio Cabral sancionou recentemente um projeto de lei de autoria do deputado estadual Flávio Bolsonaro que prevê a cobrança de multas àqueles que acionarem os serviços de emergência e salvamento da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros – respectivamente os telefones 190 e 193 (ligação gratuita) – para falsos chamados de socorro. A multa deverá ser paga nas contas de telefone de quem passou os trotes, mas a punição ainda não tem data para começar, pois depende de regulamentação dos comandos da PM e do Corpo de Bombeiros.
Ambas as corporações possuem identificadores de chamadas em suas centrais de atendimento em todo o estado, e o dinheiro apurado com as multas será revertido para o custeio das despesas com o deslocamento das equipes de policiamento e salvamento, custos de atendimento e triagem das chamadas. Os valores das multas ainda não foram definidos pela PM e Corpo de Bombeiros.
A lei estadual foi motivada devido a grande incidência de trotes recebidos pelas corporações militares diariamente. Só a PM recebe por dia, em todo o estado, cerca de 2,5 mil chamados de emergência e denúncias com solicitação de investigação imediata. Pelo menos 30% deles são trotes. No Corpo de Bombeiros, são recebidas por dia duas mil ligações, sendo 30 delas desnecessárias. O comandante do grupamento do Corpo de Bombeiros em Nova Friburgo, tenente-coronel João Paulo Mori, destaca que devido à experiência dos atendentes, muitos trotes são identificados ainda durante a comunicação, evitando o deslocamento das equipes.
“Geralmente quando atendemos a chamados de crianças dando conta de incêndios, redobramos nossa atenção, checando informações. Já no caso de ligações de pessoas idosas solicitando salvamentos, na maioria das vezes acabamos viabilizando o salvamento. Nem sempre, porém, é verdade. O ideal é que a população se conscientize da importância dos serviços de emergência e só os solicite quando realmente for necessário. Às vezes, uma equipe pode estar ocupada com o deslocamento para um chamado falso, no momento em que outra pessoa possa estar precisando desse serviço de verdade”, observa o comandante.

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